Com o Plenário lotado, a Câmara de Vereadores realizou, na noite desta quinta-feira (17), um fórum sobre o tema da Campanha da Fraternidade 2016. Com o tema “Casa Comum, nossa responsabilidade” e o lema “Quero ver o direito brotar como fonte e correr a justiça qual riacho que não seca”, a Campanha deste ano reivindica o direito ao saneamento básico para todas as pessoas.
O encontro foi proposto pelo vereador Frankini e aprovado pela unanimidade dos parlamentares em Plenário. “A nossa preocupação na realização deste Fórum se dá não somente pela importância do tema, mas também pela relevância do atual momento de saúde pública de nosso país, e essa é uma responsabilidade de todos nós”, justificou Frankini.
O primeiro a se manifestar foi o Bispo Dom Remídio Bohn, que destacou o objetivo da Campanha da Fraternidade. “A Campanha da Fraternidade visa a despertar e nutrir na sociedade o espírito comunitário e a verdadeira solidariedade na busca do bem comum, educando para a vida fraterna, a justiça e a caridade”, disse.
O presidente da Câmara de Vereadores, vereador Homero Tatsch, lembou que a discussão do tema tem sido frequentemente abordado nas sessões da Câmara. “Fiscalizamos muito essa questão do Fundo Compartilhado da Corsan. Como vereadores, também circulamos frequentemente pelos bairros e nessas ocasiões presenciamos frequentemente a cena de crianças colocando diretamente o pé no esgoto. Esgoto tratado é básico. Por isso, acredito que o contrato referente ao Fundo Compartilhado tem que ser revisto e modificado. Os 30% geridos pelo Executivo deveriam ir para coleta e tratamente de esgoto. Assim teríamos 100% dos recursos para esse fim. População que não tem esgoto não tem parâmetro de vida saudável”.
Para a promotora de Justiça, Débora Becker, o saneamento básico busca efetivar a dignidade da pessoa humana. “Como se efetiva isso? Sentando diante do projeto do plano de saneamento e costurando cada parágrafo. É assim que se tem saneamento básico sério. Indicando em qual a rua deixa de ser grosso e passa a ser mais fino, indicando onde é que foi feito um reparo mal feito, indicando onde é que nem foi feito reparo, indicando onde é que a máquina foi, deu uma olha, trabalhou duas horas e não voltou mais. É aí que é feito o saneamento básico, é aí que é feito a dignidade da pessoa humana”.
O gerente da Corsan, Moisés Calegari, ressaltou a crescente preocupação com a disponibilidade mundial da água e a importância de realizações para uma nova consciência em relação a esse recurso. “Somente 0,007% da água disponível no planeta é própria para o consumo humano, pouco mais de 82% da população brasileira têm acesso à água tratada e a cada 2 minutos e meio morre uma criança por água não tratada. As nascentes secando e os nossos rios estão assoreados com garrafas pet. Precisamos rever o Plano de Saneamento, realizar palestras e campanhas educativas, de forma que consigamos reduzir o desperdício e promover o uso adequado da água”.
Na sequência, o coordenador da 8ª Coordenaria Regional de Saúde, Sérgio Luiz Fernandes da Rosa, e a Coordenadora do departamento de Vigilância Ambiental do Município, Ângela Magela de Quadros, falaram sobre prevenção e combate ao aedes aegypti e políticas públicas na identificação de doenças transmitidas pelo mosquito.
O prefeito Neiron Viegas, por fim, defendeu o convênio com a Corsan. “Cachoeira do Sul tem um dos melhores contratos com a Corsan do Estado e uma das melhores águas potáveis do país”, garantiu.
O encontro foi finalizado com uma oração feita pelo Pator Martin Dietz, membro do Conselho Nacional de Igreja Cristãs.