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Tarasconi quer discutir rotativo

 

Preocupado com o “inchaço” do trânsito de veículos na cidade nos últimos anos, o vereador Daniel Tarasconi (PMDB) quer que a sociedade discuta a respeito da implementação do sistema de estacionamento rotativo nas ruas de maior movimento. Ele requereu à mesa diretora da Câmara agendamento de audiência pública para discussão do tema. Ainda não há data definida, mas a tendência é que seja realizada somente em 2014.

Tarasconi conversou com motoristas, consumidores e comerciantes, colhendo opiniões diversas sobre o assunto. Diante da pluralidade de ideias e da necessidade de mudanças, o parlamentar deseja que a comunidade participe do debate, incluindo líderes de entidades classistas – como Cacisc, CDL, Sindilojas e Sindicato dos Empregados no Comércio de Cachoeira do Sul, entre outras -, motoristas, empresários, clientes do comércio e comunidade em geral. Membros da Promotoria, Executivo, Conselho Municipal de Trânsito (Comtran) e União Cachoeirense de Associação de Bairros (Ucab) também serão visitados antes da audiência.

Exemplos

Recentemente, Tarasconi foi a Santa Cruz do Sul e São Borja para conhecer o sistema implementado naqueles municípios. Em Santa Cruz, ele conversou com o secretário de Transportes e Serviços Públicos, Alexsander Knak, e com o gerente operacional do Conselho Comunitário Pró-Segurança Pública (Consepro), Miguel Nunes. Ambos falaram das vantagens da criação do rotativo, chamado de Rapidinho na cidade vizinha. “Hoje em dia os comerciantes das áreas onde ainda não existe o rotativo querem que ele funcione em frente às suas lojas”, revela Knak. Entretanto, o secretário conta que o Rapidinho só funciona bem com fiscalização e auxílio da Brigada Militar. “Antes de ter fiscalização o pessoal pegava o ticket e jogava fora”, lembra o secretário. O que é arrecadado pelo Consepro, que administra o sistema, serve para pagar os funcionários do Rapidinho. O dinheiro que sobra é investido em campanhas educativas para o trânsito e repassado para a Brigada aplicar em segurança pública. O Rapidinho funciona das 10h às 17h. Meia hora de estacionamento custa R$0,75 e uma hora é R$1,00. Caçambas de papa-entulho colocadas em vagas do rotativo pagam o mesmo valor que os veículos, independentemente do tempo que fiquem no local. A cobrança eletrônica, através de máquinas que se assemelham às de cartões de crédito e que emitem tickets com o valor cobrado, horário de chegada e saída do veículo, já foi testada em quatro quadras da Rua Marechal Floriano – a principal da cidade – e a partir da segunda quinzena deste mês funcionará em todas as quadras.

Em São Borja também deu certo

Embora conte com menos fiscais do que Santa Cruz, em São Borja o rotativo também funciona. O responsável pelo sistema da Secretaria de Segurança Pública e Trânsito daquele município, Gaspar Dal Bueno, apresentou a Tarasconi os cartões que funcionam como raspadinhas, onde o motorista marca a hora, dia, mês e minuto em que estacionou. Fiscais vendem os cartões na área central da cidade missioneira, distribuídos em 14 quadras. “Aqui, conseguimos retirar os carros dos proprietários das lojas da frente delas e o lucro do comércio cresceu”, conta Bueno. Ele frisa que, a exemplo de Santa Cruz, é preciso haver fiscalização intensa e aplicação de multas para quem tenta burlar o rotativo. “Só assim as pessoas se acostumam”, diz. Antes da audiência, Tarasconi pretende visitar o comércio explicando sua proposta de debate. “Cachoeira tem veículos demais e pouco espaço para estacionar. Estacionamentos particulares são raros. É possível criar o sistema de forma gradual, racional e vantajosa para toda a população”, afirma o peemedebista.