Cerca de 200 pessoas compareceram à Câmara de Vereadores nesta quinta-feira (27), para acompanhar a Audiência Pública que discutiu a implantação do anel viário da BR-153, reivindicação desde a década de 80. No encontro, foram apresentadas propostas para o traçado da obra e discutidas medidas para efetivar o projeto no município.
Propositor da iniciativa, o vereador Daniel Tarasconi (PMDB), que presidiu a audiência, parabenizou a presença do público, que lotou as galerias do Plenário. "Isso mostra que Cachoeira quer o projeto, que quer melhorar a cidade", disse. "Que bom que a comunidade está se mobilizando. Não é só o Brasil, o nosso município também", completou o ex-vereador Cláudio Petrucci.
Ausência do DNIT
Em razão de greve no Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (DNIT) nenhum representante compareceu à audiência. O parlamentar, entretanto, anunciou que a Comissão de Mérito da Câmara já realizou contato com um dos engenheiros da autarquia, que confirmou sua vinda à cidade na próxima segunda-feira (1º). Na oportunidade, será realizada a entrega do material da audiência pública. "Vamos mandar o vídeo e todos os documentos para eles. Façamos desta reunião um ato público. Vamos levantar a bandeira do anel viário", disse vereador Marcelo Figueiró (PMDB), lamentando a ausência do DNIT.
Traçados
O prefeito Neiron Viegas defendeu uma a atualização no projeto, tendo em vista que plano é antigo e a cidade já sofreu modificações. O representante do Executivo apresentou uma proposta para o anel, em que é preservada a Ponte do Fandango. A presidente da Cacisc (Câmara de Comércio, Indústria, Serviços de Cachoeira do Sul), Cecília Chaves, também propôs traçados que beneficiam a cidade. Os documentos serão levados ao DNIT, que é responsável pela obra.
Anel viário
A presidente da Cacisc mostrou ao público e às autoridades presentes um material em que são apontados os avanços que a obra pode trazer à Cachoeira, como beneficiar o escoamento da produção, os alunos dos campi da Ulbra, UFSM e UAB, mais de dois mil trabalhadores dos distritos industriais, promover uma otimização logística e desenvolver a zona Oeste e Norte da cidade. "Vamos acabar com essa ideia de Cachoeira distante de tudo. O anel viário será um ponto de ligação entre áreas produtivas, indústrias e agrícolas do Rio Grande do Sul e, também, dos países do Mercosul". Cecília lembrou, por fim, do porto de Cachoeira, que tem projeção de 4,8 milhões de toneladas para 2030, o que potencializa o entroncamento do anel rodo-aéreo-hidro-ferroviário. "Essa é a nossa busca. Não podemos pensar Cachoeira hoje. Temos que olhar Cachoeira de 2030 para frente, lutando pela viabilização desse projeto que engloba todos esses modais".
Tarasconi salientou também que, além do desenvolvimento que o anel irá trazer para Cachoeira do Sul, a obra vai zelar pela vida dos cachoeirenses. No início da reunião, a presidente da Cacisc destacou o fluxo de pedestres em meio ao trânsito, o que já ocasionou muitas mortes no município, em especial na Avenida Marcelo Gama, como demonstrou por meio de reportagens publicadas na mídia local.
Mobilização
O presidente da Câmara de Vereadores, Luis Paixão (PP), garantiu parceria da Casa em todas as questões necessárias. "O desenvolvimento da cidade passa pelo anel. Não é um projeto de um partido político, é da comunidade de Cachoeira. Precisamos dar as mãos para fazer as mudanças que Cachoeira precisa". O deputado estadual Giovani Feltes (PMDB) ressaltou a união em prol da ideia. "Vemos vereadores de situação e de oposição em uma só causa", disse. Já a deputada Zilá Breitenbach (PSDB) apontou para a importância de manter a mobilização. "Não podemos desanimar com as dificuldades que possam aparecer". A mesma ideia foi reforçada pelo ex-vereador e presidente do PMDB de Cachoeira, Luciano Figueiró. "Quando eu ainda era menino, há mais de 30 anos, meu pai mostrou uma estrada que estava sendo aberta para o anel viário. Mas o sonho se perdeu", recordou, completando: "Isso não podemos mais deixar acontecer".
Comissão pró-anel
Será criada uma Comissão Pró-Anel para buscar junto ao DNIT os recursos para o projeto. O grupo conta com o apoio dos Poderes Executivo e Legislativo do Município, instituições de classe, empresas e comunidade em geral em prol da viabilização da construção da obra.
Presenças
Estiveram presentes no debate os secretário municipais de Obras, Tito Fábio Bernardi; de Governo, Cristiano Schumacher; da Fazenda, Eurico Amaral; do Planejamento, Eliseu Machado; da Indústria e Comércio, Ivan Peixe; de Educação, Maristela Almansa e do Interior, Jânio Macedo. Também participaram da audiência os vereadores Vinicius Cornelli (PT), Frankini (PT), Augusto Cesar (PP), Marcelinho da Empresa (PP), Luiz Zimmer (PSB), Cleber Cardoso (PDT), Homero Tatsch (PSDB) e Jeremias Madeira (PSB), o diretor da Ulbra de Cachoeira do Sul, Rogério Brandt, além de representantes de empresas, sindicatos, entidades do MNLM (Movimento Nacional de Luta pela Moradia) e da comunidade.