Valdocir quer canalização no Beco do Santo Antônio com dinheiro do fundo da Corsan
Na última segunda-feira (9), o vereador Valdocir Marques (PSB) encaminhou pedido de providências ao Executivo reivindicando o término das obras iniciadas no Beco dos Trilhos do Bairro Santo Antônio. A Secretaria de Obras realizou uma série de melhorias no local, porém, o serviço ficou inacabado.
As ruas principais foram encascalhadas, e uma pequena galeria de esgoto, situada em frente à Igreja Zumbi dos Palmares, que apresentava problemas com frequência, foi reconstruída. Valdocir elogiou a iniciativa que, segundo ele, atendeu a uma reivindicação antiga dos moradores. "Aquela caixa de esgoto se rompia com facilidade, pois o encanamento ligado a ela ficava muito na flor da terra, e com qualquer caminhão que passava, os canos quebravam, entupindo tudo novamente", explica o vereador. Isto impedia que os veículos de maior porte trafegassem pelo local, como os caminhões do lixo, do gás, e até mesmo ambulâncias, afirma ele.
Contudo, o parlamentar observa que, o serviço foi bem executado, mas ficou inacabado. Foram reabertas valetas, ficando a terra removida nas margens ao longo da rua em alguns trechos, inclusive, com canos deixados no local, à espera de assentamento. "Sabemos que diariamente surgem novas prioridades para a Prefeitura, mas por uma questão de bom senso, entendo que os serviços inacabados causam uma péssima impressão para os contribuintes. Basta lembrar, que na época do Acélio Muratt, a Secretaria de Obras sofreu muitas críticas por causa disto", lembra Valdocir.
Segundo analisa ele, há um grande número de famílias que residem ali, muito pobres em sua maioria, cujo grande problema é a falta de saneamento básico, já que, praticamente, não existe canalização, correndo a céu aberto tanto o esgoto pluvial, quanto o sanitário. "É triste de se ver um monte de crianças, pulando de pés descalços no meio das valetas imundas. Assim se proliferam doenças, depois vindo a congestionar as filas do SUS", comenta Valdocir.
O morador Carlos Alexandre Fagundes Pereira, 34 anos, que reside no local desde que nasceu, reclama que já tentou, diversas vezes, buscar ajuda em órgãos públicos, porém o problema da falta de canalização persiste há anos. "Já pedi pra Deus e todo mundo, na Prefeitura, para vereadores etc. Quando é época de eleição eles vem aqui e prometem, depois, ninguém se lembra. Somos muito pobres, nossa única renda vem da reciclagem, lutamos para sobreviver um dia de cada vez. Nossa única saída é esperar por alguma ajuda, pois não aguentamos mais este mau cheiro", desabafa o catador, que alega viver na residência, com mais três adultos, e quatro crianças pequenas.
ESQUECIMENTO - Valdocir ressalta que, talvez, por sua localização geográfica, o Beco dos Trilhos do Santo Antônio passa despercebido para muitos cachoeirenses, que ignoram as dimensões do bairro. "O Beco é um lugar esquecido pra muita gente. Ele é estreito, mas é bastante longo, vai até lá em baixo encontrar com o Bairro Fátima", esclarece Valdocir, explicando que as casas foram sendo erguidas aos poucos, ocupando os terrenos que margeavam o caminho por onde passava o trem.
PROJETO - Citando as obras de pavimentação e canalização que já foram feitas no Bairro Virgilino Jayme Zinn, o Beco dos Trilhos do Bairro Rio Branco, Valdocir pede que a Prefeitura também dispense a devida parcela de atenção ao Beco do Santo Antônio, que tem características semelhantes, porém recebeu bem menos auxílio do Poder Público. Para tanto, o vereador sugere que a Prefeitura elabore projeto aproveitando os recursos que vem sendo depositados pela Corsan, no Fundo Compartilhado que existe, prioritariamente, para obras de saneamento.