Julinho desiste de levar referendo ao plenário e arquiva pedido da Prefeitura.
Julinho desiste de levar referendo ao plenário e arquiva pedido da Prefeitura
Depois da tentativa frustrada da última segunda-feira (26), quando o presidente da Câmara Municipal, Julinho do Mercado (PP) apresentou requerimento, subscrito pela Mesa Diretora, para que os vereadores se manifestassem, no grande expediente, sobre a realização ou não do referendo pretendido pela Câmara de Agronegócios, Comércio, Indústria e Serviços (Cacisc), o parlamentar resolveu, então, acatar o parecer do Assessor Jurídico da Casa em sua integralidade, decidindo pelo arquivamento do pedido, que foi apresentado pela Prefeitura. "Tive de respeitar a decisão da Casa, que foi dentro dos limites constitucionais e legais, conforme indicaram os pareceres jurídicos que recebemos. De acordo com nosso assessor jurídico, o referendo é ilegal e inexequível, portanto agora, só restou arquivar o ofício, e, dar ciência à Prefeitura", referiu o parlamentar, comentando a situação com o secretário Marcelo Oliveira, que, por sua vez, disse concordar com a decisão.
A Presidência da Casa queria a discussão em plenário, para oferecer uma resposta rápida à sociedade, contudo a estratégia de levar o assunto para a Tribuna não foi bem recebida por alguns parlamentares, que se sentiram constrangidos diante da exortação que a mesa diretora tentou promover. A iniciativa de Julinho tinha o escopo de evitar o desgaste da imagem institucional da Câmara perante a população, como se os vereadores estivessem procrastinando a apreciação do pedido de forma intencional. "Votei favorável à manutenção das dez cadeiras, e acho que a realização do referendo seria positiva, mas não posso decidir isto sozinho. Nas ruas, as pessoas estavam me cobrando uma posição definitiva, mas como a maioria dos colegas entende que a consulta popular seria ilegal neste caso, não tive alternativa, senão, arquivar", justifica o parlamentar.
Outro ponto lembrado por Julinho, diz respeito ao fato de que, no mês passado, ele tentou decidir a questão através de uma reunião fechada com todos os vereadores, porém, não obteve sucesso, pois, na ocasião, os mesmos vereadores que lhe criticaram na segunda-feira, alegaram que não poderiam opinar antes de conhecerem o teor dos três pareceres jurídicos encomendados pela Casa, e, além disso, disseram, ainda, que as reuniões não deveriam ser fechadas. Daí o porquê de a Mesa Diretora ter decidido pela apresentação do requerimento como uma última oportunidade para que os edis se posicionassem publicamente, dando maior transparência sobre o desenrolar do caso, explicou ele.
ESTRANHEZA - Baseado nisso, o vereador, afirma ter-lhe causado estranheza a hostilidade com que foi recebido o requerimento pedindo o posicionamento na tribuna. "Às vezes é difícil agradar a todos, não entendo porque eles não aceitaram se manifestar. Então, eu pergunto: por que eles bateram o pé dizendo que queriam no mínimo três pareceres, se quando chegou a hora eles fugiram da raia? O Cleber mesmo, nem compareceu na reunião; e o Balardin disse que as reuniões não deveriam ser a portas fechadas. Eu só quis dar um boa oportunidade para a Câmara decidir de vez qual seria o rumo do referendo, apenas isso", comenta o presidente de Legislativo, acrescentando que a tentativa só não foi de todo perdida, pois, serviu, ao menos, para que a maioria dos vereadores se manifestasse publicamente, já que mesmo se insurgindo contra o requerimento, a maior parte deles acabou revelando seu posicionamento, no caso contrário à proposta do referendo, o que culminou no arquivamento do pedido.