Balardin conhece melhorias do sistema de transporte coletivo urbano de Bagé.

Balardin conhece melhorias do sistema de transporte coletivo urbano de Bagé

Pela manhã desta quinta-feira (17), o vereador Leandro Balardin viajou a Bagé, representando a Comissão Especial que analisa o serviço de transporte coletivo urbano concedido à empresa Transportes Nossa Senhora da Graças. Depois de visitar as cidades de Santa Cruz, Lajeado e Venâncio Aires, o parlamentar foi incentivado a conhecer o sistema de ônibus urbano empregado pelos bageenses, que passou a ser tido como referência após os avanços trazidos pela licitação realizada no ano de 2008.

Balardin destaca que, o modelo lá criado foi sugerido após consultoria por especialistas, o que garantiu o rumo certo a ser tomado. De acordo com as informações obtidas junto à Secretaria de Transportes do Município, no passado, houve duas concessões de 25 anos cada, sem processo licitatório, só depois, no ano de 2008, foi realizada licitação.

Antes do processo licitatório em si, foi aberta concorrência para definir a empresa que iria prestar consultoria na montagem do edital de licitação para as linhas de transporte coletivo da cidade, vencido pela empresa paulista Rua Viva, especializada na elaboração de projetos de tráfego urbano.

Atualmente, a cidade, de 118 mil habitantes, conta com 16 linhas urbanas, servidas por duas empresas que concorreram em lotes diversos, de oito linhas cada, ou seja, a empresa que concorria num determinado lote, não poderia apresentar proposta para o lote restante. Deste modo, foi inviabilizada a hipótese de monopólio, explicou o secretário de Trânsito, acrescentando que a concorrência trouxe melhorias significativas. "Hoje nossa cidade é um modelo copiado por várias outras cidades que têm nos procurado, isto é reflexo da concretização de um bom planejamento e da competitividade entre as prestadoras", avalia.

Um dos questionamentos iniciais de Balardin foi quanto ao preço e ao modo como foi definido o valor atual da passagem de ônibus. O gestor do trânsito informou que o valor cobrado é de R$ 2,35, de acordo com a definição final do Conselho de Trânsito. "O valor da passagem envolve a empresa, que solicitou R$ 2,60, e o Comitê de Trânsito, que recomendou R$ 2,50, mas, a decisão final fica sempre a cargo do Conselho de Trânsito, que estipulou o valor em R$ 2,35", esclarece Thomas.

Quanto ao funcionamento dos serviços, Balardin constatou que, apesar de algumas semelhanças técnicas, o sistema de Bagé diferencia-se por conta da efetiva participação e controle durante a execução dos serviços, e pela competitividade entre duas empresas prestadoras, que acaba impulsionando a melhoria dos serviços. "A competição saudável entre duas empresas certamente eleva a qualidade dos serviços prestados, e quem sai ganhando é o usuário. De um modo geral, a visita foi positiva, pois alguns detalhes poderão ser pinçados, para adotarmos em Cachoeira, mas o principal é que lá os concedentes fiscalizam, diferentemente de Cachoeira, onde os gestores públicos apenas lavam as mãos", assinalou o vereador.

CARACTERÍSTICAS - A frota de ônibus é nova, todos os veículos possuem acessibilidade, a frequência das linhas é maior aos finais de semana e feriados, os itinerários e horários das linhas são amplamente divulgados por murais, panfletos e na internet, a modalidade de passagem integrada funciona satisfatoriamente, há bilhetagem eletrônica, wireless nas linhas mais longas, bagageiros para bicicletas, serviço domiciliar gratuito para cadeirantes, e até TVs em alguns itinerários, observou Balardin, porém, o grande diferencial mesmo é o controle efetivo dos fiscais na execução do serviço, e a definição colegiada do preço da passagem. "Nitidamente a qualidade dos serviços é alta, mas, o principal é a segurança de que a definição dos preços, e a regulamentação dos serviços, têm a participação direta da Prefeitura, não sendo privilégio das empresas, como acontece em Cachoeira", ressalta.

O setor de trânsito do município possui três fiscais permanentes que fiscalizam os serviços, e realizam aferição mensal da bilhetagem, com lacre próprio sobre o lacre da empresa, na base da catraca, conforme demonstrou o fiscal Fabrício Jardim. "Conhecendo os valores exatos da quilometragem e do número de pessoas transportadas, o Executivo tem condições de cruzar os dados com a planilha Geipot da Empresa, o que confere maior lisura ao cálculo tarifário", assinala o técnico.

CONSÓRCIO - Venda de passagens, confecção e carregamento dos cartões são serviços realizados em área central da cidade, com expediente das 8h30mi até às 18:10, sem fechar ao meio-dia. A repartição mantida de forma consorciada pelas duas empresas, Stadtbus e Anversa. Os vale transportes são carregados automaticamente pelas respectivas patronais, o cartão de estudante pode ser utilizado aos finais de semana e feriados, e a passagem integrada funciona entre quaisquer linhas dentro dum espaço de 45 min, mediante o pagamento de meia passagem.

CISTRAN - Junto à secretaria de Bem Estar Social, funciona o Centro de Informações Sobre o Trânsito e Transporte (Cistram), repartição que determina e encaminha a documentação necessária para liberação dos cartões de ônibus, para estudantes, idosos, e passageiros especiais, também fazendo agendamentos para o serviço Porta a Porta, que transporta cadeirantes, ida e vinda a partir de suas residências