Câmara se mobiliza pela manutenção da UFSM
O diretor e vice-diretor da UFSM/Cachoeira do Sul, José Mario Doleys e Hilton Gründling, respectivamente, estiveram na Câmara de Vereadores, na manhã desta sexta-feira (10), a convite da Mesa Diretora do Legislativo, para avaliar com os vereadores medidas a serem adotadas para garantir a manutenção do campus no Município. “Ouvimos ontem as declarações do reitor da UFSM, Paulo Burmann, e ficamos muito preocupados com a possibilidade de perder os recursos prometidos pelo Governo Federal para a construção do prédio em Cachoeira. Não podemos admitir isso. Queremos formar um grupo para mobilizar lideranças e reverter esse quadro”, iniciou o presidente da Câmara, Paulão Trevisan (PDT).
O diretor da instituição, José Mario Doleys, explicou que o atraso na obra é resultado do contexto atual e de anos anteriores. “Em 2015, não havia nada previsto na LOA do Ministério da Educação para a UFSM Cachoeira do Sul. Em 2016, havia previsão de R$ 20 milhões, mas não veio nada. Para 2017, novamente não há previsão de recursos. O que dispomos aqui é o que a sede central da UFSM retira do seu total, que também já está sendo reduzido, e nos repassa. Se cortarem mais recursos na UFSM, vai haver uma dificuldade maior em repassar para a nossa unidade”.
Doleys também ressaltou que a insuficiência de recurso tem tornado o cronograma de obras impreciso. “Em 2016 recebemos R$ 6 milhões para obras, equipamentos, assistência estudantil e para o restaurante universitário. As obras estão andando? Não podemos ficar 20 anos nos arrastando até concluir o campus”.
O vice-diretor da instituição, por sua vez, mostrou-se preocupado com a manutenção dos professores na unidade. “Esse campus foi projetado não só para ser um centro de ensino, mas para ser um centro de pesquisa. Os professores que temos hoje aqui são de altíssima qualidade, muitos possuem reconhecimentos nacionais e internacionais. São profissionais que universidades do Brasil inteiro gostariam de ter. Porém, se as obras andarem nesse ritmo, daqui a pouco o espaço que a UFSM dispõe terá que ser ocupado unicamente para salas de aulas. E somente com o ensino, sem a pesquisa, a aplicação da ciência, vai ficar muito difícil segurar esses professores. Para evitarmos isso, a conclusão do prédio tem que ocorrer em dois ou três anos no máximo”, disse.
Após ouvir o relato da direção da UFSM, os vereadores destacaram a importância da instituição em Cachoeira e fizeram proposições para garantir manutenção da universidade no município. O vereador Paulão Trevisan sugeriu que os parlamentares façam uma ação direta com os deputados e senadores de suas respectivas bancadas, para que integrem o grupo prol UFSM e façam pressão política no Governo Federal. “Nas quartas-feiras, há o café da manhã da bancada gaúcha e esse tem que ser o tema”. Paulão também defendeu a realização de uma audiência pública na cidade. “Vamos fazer o que tiver ao nosso alcance. Só não podemos ficar calados”, afirmou.
O vereador Dr. Carlos Alberto (PP) apoiou a iniciativa. “Temos que cobrar dos deputados e senadores uma posição firme, enérgica e imediata. Estamos falando de perdas significativas nas áreas de economia, tecnologia e conhecimento aplicado, que certamente vão fazer a diferença para nossa cidade”.
Por fim, o vereador Igor Noronha (PMDB) indicou a composição de uma Frente Parlamentar em Defesa do Ensino Superior. “Temos que ter um grupo estável e sempre atento a essa questão”.
Presenças
Estiveram presentes na reunião os vereadores Paulão Trevisan (PDT), Telda Assis (PT), Dr. Carlos Alberto (PP), Jarrão (PDT), Itamar Luz (PSDB), Gilmar Dutra (PRB), Noeli Castelo (PSB), Marcelinho da Empresa (PP), Igor Noronha (PMDB), Valdocir Maques (PTB), Jorginho Fialho (PRB) e Felipe Franja (PMDB).