Programa para descarte do lixo eletrônico em escolas pode auxiliar cooperativas
Em muitos países, não descartar corretamente o lixo eletrônico implica numa série de sanções. Na Alemanha e no Japão, por exemplo, o cidadão paga multa se jogar o computador no lixo comum. Em outros lugares, onde não há multa, a responsabilidade é do município. Este é um problema que atinge o mundo todo, pois os equipamentos eletrônicos ficam obsoletos muito rapidamente. Pensando em criar na população o hábito de descartar corretamente, o vereador Cleber Cardoso (DEM) está sugerindo à Prefeitura que desenvolva um programa junto às escolas, para incentivar o descarte correto do lixo eletrônico.
O parlamentar refere que, o Brasil adota o modelo de responsabilidade compartilhada, que vai desde o fabricante até o consumidor final. Segundo ele, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), estabelece diretrizes em relação ao lixo eletrônico, para que sociedade civil, empresas e poder público cheguem a um consenso que viabilize a implantação progressiva e sustentável de medidas para redução de consumo, reutilização e reciclagem de resíduos. "Tanto o poder público, em todas as esferas, do municipal ao federal, incluindo o judiciário e o legislativo, até o consumidor, devem fazer a sua parte para depois poderem cobrar também das empresas", observa Cleber, ressaltando a importância de que a cadeia produtiva de consumo vá se adaptando gradativamente.
COOPERATIVAS - Depois de recolhido, o lixo tecnológico deve ser repassado para empresas e cooperativas de reciclagem, explica Cleber, acrescentando que a regulamentação da lei de resíduos sólidos tem um ponto bem amarrado, que prevê a utilização da força de trabalho dos catadores como prioridade nos municípios. "Um dos requisitos para o município receber recursos federais para gestão de resíduos sólidos é envolver os catadores no programa, através de cooperativas. E não com uma visão assistencialista, mas sim como uma atividade que tem muito valor. Os recicladores trabalham com matéria prima que gera grande movimentação de dinheiro e a participação deles nos ganhos do setor é desproporcional à importância do trabalho que realizam", conclui o vereador. Ele justifica que, com a implantação do programa de descarte nas escolas os alunos tomarão consciência destes aspectos, além de colaborar com as cooperativas.