De um modo geral, Sartório vem observando que, as grandes divergências de opinião podem acabar pessoalizando demasiadamente os debates, desviando-os do seu verdadeiro foco, que são os aspectos técnicos envolvidos na proposta. "Vamos sentar e colocar os pingos os is. Precisamos montar um grupo de estudo, com a colaboração de profissionais credenciados e isentos, que possam analisar com frieza os detalhes técnicos do contrato. Só depois de superar os aspectos contratuais é que poderemos realmente definir o que interessa, que é definir se Cachoeira quer, ou não, privatizar o serviço de água", explica o parlamentar, acrescentando que por não se tratar de um contrato de adesão, a vontade das partes é a que deve prevalecer.
O vereador acredita que a falta de ações e investimentos por parte da estatal deverá ficar para trás com o aprimoramento do Contrato de Programa, que estabelecerá uma nova relação entre as partes. "O município como poder concedente deve ditar as normas para esta relação com a Corsan, esta é a lógica. A ideia é fazer com que o contrato tenha mais equilíbrio, por isso a proposta modelo deve ser apresentada pelo município, para depois compará-la com a proposta da Corsan, tentando aproximar ao máximo as pretensões da estatal com os interesses da sociedade", salienta Sartório.
FOCO - Aproveitando a oportunidade, a Comissão já solicitou que o assessor jurídico Bruno Müller seja um dos integrantes o grupo de estudos que irá dissecar o tema. Ele deverá se reunir em breve com representantes da Procuradoria Jurídica da Prefeitura, para analisar uma a uma as cláusulas do contrato, e ver o que pode ser melhorado. "Temos que retomar o foco principal da discussão, que são as benesses para o município, o resto é perfumaria e desvio de objetivos. A discussão tem de ser absolutamente técnica, não pode haver espaço para devaneios e palpites", esclarece.
Para o presidente da Comissão, o Município precisa impor sua vontade por ser o titular do serviço, mas com a noção exata noção daquilo que é passível de ser realizado. "É inegável que o endurecimento nas negociações por parte da Municipalidade se revelou acertado, certo também é que, em todo contrato deve existir equilíbrio e, sobre tudo, consenso entre as partes, para que seja possível o tão esperado ganho social", argumenta Sartório.
ROTEIRO - O roteiro de trabalho apresentado pela Comissão ao grupo de estudos é o seguinte:
Discutir cada cláusula do contrato;
Buscar o equilíbrio das propostas;
Reparar os equívocos;
Eliminar as cláusulas leoninas;
Contemplar a comunidade rural;
Aperfeiçoar o Fundo compartilhado;
Buscar garantias para os investimentos futuros;
Plano de saneamento do Município;
Esgoto social;
Tarifa social;
Isenções;
Universalização dos serviços;
Direito sagrado á água para os hiposuficientes;
Participação do Município no superávit.